Por que o CNPJ vai passar a ter letras pela primeira vez?

Abertura de empresa

Entenda o que muda com o novo formato alfanumérico do CNPJ, por que essa alteração é necessária e como empresas, contadores e desenvolvedores devem se preparar até 2026.

O CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) vai mudar pela primeira vez em mais de cinco décadas.

A partir de julho de 2026, o número que identifica empresas e organizações no Brasil poderá conter letras e números, transformando-se em um código alfanumérico.

Essa atualização representa um passo importante na modernização do sistema tributário e digital do país.

Mas afinal, o que muda na prática? Por que essa alteração é necessária? E como empresas, contadores e desenvolvedores devem se preparar?

Neste artigo, você vai entender tudo sobre o novo CNPJ alfanumérico — de forma clara, objetiva e prática.

O que muda no CNPJ

Atualmente, o CNPJ é composto por 14 dígitos numéricos, no formato:

00.000.000/0001-00

Com a nova estrutura, o formato continuará com 14 caracteres, mas as 12 primeiras posições (raiz e identificador da filial) poderão conter letras e números.

Os dois últimos dígitos verificadores (DV) continuarão sendo apenas numéricos.

Resumo da mudança:

  • Nenhum CNPJ existente será alterado;
  • O novo formato valerá apenas para novos registros;
  • Todos os sistemas deverão reconhecer ambos os formatos (numérico e alfanumérico).

Por que o CNPJ vai ter letras?

1. Esgotamento dos números disponíveis

O Brasil já ultrapassou 63 milhões de CNPJs ativos, e o número cresce rapidamente — principalmente por causa dos MEIs (Microempreendedores Individuais).

A Receita Federal está próxima de atingir o limite de combinações possíveis apenas com números.

Com a inclusão de letras, o sistema ganha bilhões de novas combinações, garantindo espaço para novas empresas por muitas décadas.

2. Modernização do sistema tributário

A mudança faz parte da transformação digital do governo e da reforma tributária, que busca integrar dados e simplificar o ambiente de negócios.

O novo formato torna o CNPJ mais compatível com sistemas inteligentes, APIs modernas e integrações internacionais.

3. Padronização internacional

Diversos países já utilizam identificadores alfanuméricos para empresas.

Com essa mudança, o Brasil se alinha às melhores práticas globais, facilitando operações internacionais e trocas de informações fiscais.

Como será o novo formato

O CNPJ alfanumérico manterá 14 posições, organizadas assim:

Posição Significado Tipo1–8 Raiz (empresa) Letras e números 9–12 Identificador da filial Letras e números 13–14 Dígitos verificadores Números

O cálculo dos dígitos verificadores continuará sendo feito pelo módulo 11, mas agora adaptado para considerar letras (convertidas pela tabela ASCII).

Quem será afetado

A mudança valerá apenas para novos registros a partir de julho de 2026, abrangendo:

  • Novas empresas abertas;
  • Filiais recém-criadas;
  • Profissionais liberais que se formalizarem;
  • Condomínios e entidades sem fins lucrativos;
  • Novos MEIs registrados após a data.

Empresas com CNPJ atual não precisarão fazer nenhuma alteração.

O que muda para empresas e sistemas

A principal adaptação será tecnológica.

Sistemas e bancos de dados que hoje aceitam apenas números precisarão ser ajustados para permitir caracteres alfanuméricos.

Áreas que precisarão de atualização:

  • Softwares de contabilidade e emissão de notas fiscais;
  • ERPs, CRMs e bancos de dados corporativos;
  • APIs de integração com a Receita Federal, bancos e marketplaces;
  • Sites e formulários de cadastro de clientes.

A Receita Federal informou que haverá um período de testes e homologação em 2025, para que as empresas possam se adaptar com segurança.

Checklist: como se preparar para o novo CNPJ

1. Planejamento

  • Liste todos os locais onde o CNPJ é utilizado (sistemas, planilhas, cadastros e documentos).
  • Identifique campos que aceitam apenas números.

2. Atualização técnica

  • Ajuste bancos de dados e expressões regulares para aceitar letras (A–Z).
  • Revise APIs e integrações com sistemas externos.
  • Faça testes com CNPJs alfanuméricos simulados.

3. Treinamento e comunicação

  • Informe sua equipe sobre a mudança.
  • Atualize manuais, contratos e formulários.
  • Oriente clientes e parceiros sobre o novo formato.

4. Testes e homologação

  • Teste emissão de notas fiscais e cadastros com exemplos de CNPJ alfanumérico.
  • Corrija possíveis erros de validação ou integração antes do lançamento oficial.

Conclusão

A chegada do CNPJ com letras marca um novo capítulo na história da formalização empresarial brasileira.

Mais do que uma mudança técnica, é um avanço estratégico rumo à digitalização e à eficiência fiscal.

Empresas, contabilidades e desenvolvedores devem aproveitar este período de transição para atualizar sistemas e processos e garantir total compatibilidade até 2026.

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